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A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO


Com a vinda dos portugueses para nossa região nos veio também a devoção à Imaculada Conceição, Padroeira do Reino de Portugal e suas colônias, desde 1646.

Segundo Dom José Tupinambá da Frota, as mais antigas capelas da região norte do estado em honra de Nossa Senhora da Conceição são as de Patriarca, Sobral, Bela Cruz, Tucunduba, Meruoca e Almofala.

A Granja, embora não tenha capela erigida na cidade, possui em sua matriz e em alguns oratórios particulares antiquíssimas imagens da Imaculada Conceição que bem atestam a devoção que o nosso povo sempre teve para com Maria Santíssima, venerada com tão doce título.

Em 15 de julho de 1854 Manoel Joaquim da Paz e sua esposa Da. Maria Francisca da Paz Lima fizeram a doação de 50 braças de terra e, em 1857, doaram mais 145 e meia braças, aquém do Rio, no lugar Pucú, para ser construída uma capela a Nossa Senhora da Conceição, aos quais já haviam eles principiado a levantar a igreja “com satisfação de muitos devotos, que concorreram e prometem concorrer com suas esmolas e serviços”, com a condição de terem sepultura grátis na capela, enquanto não houvesse cemitério na cidade. Serviram de testemunhas a essa doação: Manoel Ignacio Pessoa e Arcadio Lindolpho de Almeida Fortuna. Não sabemos o que levou a não conclusão da capela. Essas terras atualmente estão mistas com as do Patrimônio da matriz de São José.

Foram construídas, entretanto, no decorrer da segunda metade do século XIX duas capelas em honra a N. Sra. da Conceição no município da Granja, a saber, uma no povoado da Ubatuba (iniciada pelo Pe. Antonio Carneiro da Cunha Araújo, então pároco do Ibuaçú, em 1866 e benta em 1868. O Pe. Vicente Martins aponta que em 1915, a capela ainda não tinha sido concluída. O patrimônio compreendia cinquenta braças de terra no local em que está encravada a igreja, a partir da margem do rio Ubatuba, com meia légua de fundo que foram doadas por Amaro José Fontenelle e D. Luzia Margarida de Castro Fontenelle em 1866 e demarcadas no ano de 1907) e outra na fazenda Sambaíba (edificada por Da. Maria da Penha Araújo, viúva do Cel. Ignacio Telles de Menezes, e seus filhos, sem contribuição do povo; a pedra fundamental foi lançada em outubro de 1880 e a capela foi inaugurada no dia 25 de dezembro de 1890, estas cerimônias foram oficiadas pelo Pe. Antonio Thomaz Teixeira Galvão. O patrimônio foi doado somente em 24 de março de 1919).


O Pe. Vicente Martins da Costa foi um dos maiores incentivadores da devoção à Imaculada Conceição em nossa Paróquia. Foi ele quem encomendou ao artista plástico granjense José Arthur Beviláqua duas telas da Imaculada Conceição, uma para o altar da Capela de Santo Antonio e outra para o teto da Capela-Mór da Matriz, mandou reencarnar a imagem de N. Sra. da Conceição da matriz, além de idealizar um altar lateral para a dita imagem (junto com outro altar em honra de N. Sra. do Rosário, esses altares foram demolidos durante a reforma de 1952-1954, data da construções dos atuais altares da matriz). A comissão encarregada de agenciar esmolas para a construção desses altares era composta por: Prof. Francisco José Garcez dos Santos, Profa. Julia Barretto, Da. Francisquinha Dias, Da. Alcidia de Oliveira Lima, Da. Raymunda Barros e Da. Francisquinha de Oliveira, isto tudo por volta do ano de 1906. Algum tempo depois, adquiriu para a então capela do Chaval uma imagem da Imaculada Conceição de um metro de altura.

No dia 11 de novembro de 1916, o Pe. Vicente Martins da Costa lançou a pedra fundamental da capela de Nossa Senhora da Conceição de Angica (que por Lei nº 1821, de 23 de Outubro de 1920, passou a denominar-se Martinópolis, de acordo com projeto apresentado pelo então Deputado Estadual Cel. Luiz Felippe de Oliveira), na data do Jaguarapi, cujo patrimônio foi doado em 3 de fevereiro de 1896, sendo duzentas braças de comprido com duzentas braças de largura do lugar Angica mais cinquenta braças de terras de comprido e cinquenta braças de largura no lugar “Sitio do Meio”. A demarcação amigável foi feita no dia 25 de Pintura Imaculada 3novembro de 1920.

Como já acontecia desde data imemorável a festa no dia 08 de dezembro na igreja matriz, o Pe. Vicente Martins celebrava, com licença diocesana, as festas nas capelas em outras épocas do ano, assim sendo: Sambaíba em abril, Ubatuba em setembro e Martinópole em outubro.

Com a instituição da Pia União das Filhas de Maria na igreja matriz da Granja no dia 31 de maio de 1924, passou, a festa da matriz, a ter mais brilho e destaque, pois ficou a cargo destas zelosas devotas de Maria Santíssima, que tinham a invocação da Imaculada Conceição, como patrona principal de seu movimento, tendo como patrona secundária Santa Inês. Além de organizarem a festa da Imaculada Conceição, as filhas de Maria também organizavam os piedosos exercícios do mês de maio, eis o motivo de ter sido usada até o ano de 2005 na nossa matriz, durante o mês de maio, inclusive com solene coroação no dia 31 a imagem de N. Sra. da Conceição. Sob o título da Imaculada Conceição também foi erigida a Congregação Mariana de Moços, tendo como patrono secundário São Luiz de Gonzaga, no ano de 1937.

Em 13 de março de 1965 chegou à Granja quatro irmãs franciscanas hospitaleiras da Imaculada Conceição, para trabalhar em diversos setores de atividades da paróquia, sobretudo no “Patronato Mons. Vitorino de Oliveira”. Essa congregação ficou em nossa cidade até o ano de 2003. Era essa congregação também a responsável pela organização da catequese para as crianças em preparação à primeira comunhão, que até o ano de 2008, era realizada no dia 08 de dezembro.








































Pesquisa histórica e redação: Everton Oliveira

Fontes históricas:

# Livros de tombo da Paróquia da Granja
# Notícia Historico-Chorographica da Comarca de Granja, Pe. Vicente Martins, 1915.
# História de Sobral, D. José Tupinambá da Frota, 1952.

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