Em 1889 D. Gastão de Orleans,
Conde d’Eu, príncipe consorte do Brasil (esposo da Princesa Isabel), visitou as
províncias do antigo Norte do Império tentando melhorar a imagem da monarquia,
já combalida pela propaganda republicana. Aqui na Granja ele esteve na noite do
dia 31 de julho, sendo muito bem recebido na cidade, onde participou de um
cerimonial na igreja matriz e de uma sessão no paço da Câmara municipal em sua
homenagem. Apesar de toda a recepção festiva preparada pelos granjenses ao
visitante real, este foi o último ato oficial da Granja no Brasil imperial.
No dia 27 de novembro de 1889
os vereadores: Antonio Pereira Jacintho Cavalcante, Canuto Thomaz Portella,
Joaquim Francisco Garcez dos Santos, João Benício Beviláqua e José Militão de
Carvalho Menescal, se reuniram no paço da câmara municipal, em sessão extraordinária,
para aderirem ao regime republicano que havia sido implantado no país a 15 de
novembro de 1889. Como estava faltando o presidente da Câmara, Tenente Coronel
João Batista de Carvalho, a câmara reuniu-se sob a presidência do Vereador
Antonio Pereira Jacintho Cavalcante e enviou ofício ao presidente pedindo a sua
presença na sessão.
O presidente chegou por volta
das 13h30, dando início a sessão em que a Câmara aderia ao Governo Provisório
“em nome de seus munícipes, prometendo sob penhor de palavra cívica, dedicar-se
sinceramente ao progresso material e moral deste Estado, tendo como princípio,
a manutenção da ordem, da liberdade e dos direitos dos cidadãos; respeitando e
fazendo respeitar todas as ordens, avisos ou deliberações do mesmo Governo
Provisório, instalado na capital dos Estados Unidos e na capital deste Estado
Livre do Ceará.” Ao final da sessão foram dadas aclamações à República, ao
Governo e ao Estado Livre do Ceará. A ata foi assinada pelos vereadores e pelos
cidadãos presentes.
No dia 04 de dezembro de 1889,
às 19h, houve uma reunião popular no paço da Câmara, sob a presidência do Dr.
José Joaquim Domingos Carneiro, para eleger um centro político para dirigir o
movimento político na Granja, assim como foi feito em Fortaleza. O motivo da
reunião foi exposto pelo engenheiro Lima Brandão e nessa reunião foi criado o
centro político intitulado “Centro Granjense” que seria representado perante o
Centro de Fortaleza por um diretório composto “dos Srs. Ignacio de Almeida
Fortuna, Salustiano Moreira da Costa Marinho, Antonio Frederico de Carvalho
Mota e Antonino José de Brito, sob a presidência do Sr. Dr. José Joaquim de
Carvalho”, sendo enviado uma moção ao Centro Republicano de Fortaleza aderindo
às resoluções do Governo do Ceará e do Centro de Fortaleza, “pedindo-lhe
instruções, afim de harmonizar os seus atos com os do mesmo Centro”.
A 18 de janeiro de 1890 a
Câmara da Granja foi dissolvida, sendo nomeados membros para o Conselho de
Intendência Municipal, que foi composto pelos senhores: Joaquim Olympio de
Paiva, Antonio José de Brito, Raymundo de Barros Telles, Antonio Pereira
Jacintho Cavalcante e Ildefonso Gomes Moreira da Costa. Estes dois últimos,
posteriormente foram exonerados do Conselho, o primeiro por ter feito parte da
Câmara dissolvida e o segundo por ter sido nomeado administrador da mesa de
rendas de Camocim. Foram substituídos pelos senhores: Conrado Ferreira Porto e
Joaquim Pedro de Carvalho.
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