Lívio Barreto
Lívio da Rocha Barreto
(nasceu na fazenda dos Angicos, comarca da Granja, 18 de fevereiro de
1870 Camocim e faleceu em 29 de setembro de 1895) foi um escritor
brasileiro.
Foram seus pais José
Soares Barreto e Mariana da Rocha Barreto. Lívio foi morar na sede
Granja, onde chegou em 1878 e aí aprendeu, com o professor Francisco
Garcez dos Santos, as primeiras letras.
O caixeiro poeta
Exigências de fortuna
obrigaram-no a ir, muito criança ainda e muito a contragosto seu,
servir como caixeiro de um parente (ofício embrutecedor que o
perseguiria pela vida a fora), gastou ele aí a melhor parte de sua
infância, incompreendido e anônimo. Mas, não podendo conter os
ímpetos de sua alma em anseios de ideal superior, com José Barreto,
Luís Felipe, Belfort e outros funda um jornal literário - O Iracema
- onde aparecem seus primeiros versos, defeituosos ainda, mas já
reveladores da inspiração e da originalidade daquele que mais tarde
passaria a ser o principal representante do Simbolismo no Ceará,
apesar da forte tendência romântica.
Sentindo o meio em que
vivia intelectualmente atrasado para seus talentos, resolve seguir
para Belém do Pará, em junho de 1888, onde trava conhecimento com o
poeta João de Deus do Rêgo, que muito contribui para o seu
aperfeiçoamento literário. Regressa dali, em 1891, doente e
acabrunhado de esperanças. Por esse tempo aparece, na sua terra
natal, um outro jornal literário - A Luz - em que Lívio publica
sonetos e ligeiras crônicas humorísticas.
Restabelecido no seio
carinhoso da família, em fevereiro de 1892, ruma para a bela
Fortaleza, onde se torna um dos fundadores (com o pseudônimo de
Lucas Bizarro) da Padaria Espiritual - entidade literária que
produzia o jornal - O Pão - tendo à frente o talentoso poeta
Antônio Sales.
Intelectualmente
satisfeito, mas afetado, fora do lar, por dificuldades financeiras,
regressa ele como filho pródigo, acontecendo naufragar à altura da
Periquara, em viagem no vapor Alcântara, salvando-se a nado, exímio
nadador que era. Isto lhe rendeu um belo poema: "Náufrago".
Segundo Artur Teófilo,
"o Lívio era magro, pequeno, altivamente petulante. Tinha o
olhar penetrante, sem vacilações, a fronte alta e abaulada e uma
palidez baça de hepático. Ria pouco e só entre amigos deixava por
vezes transparecer sua fina verve elegante, um bocado pessimista e
epigramática. Com o vulgo era sisudo, um tanto frio mesmo, com uns
longes de bem entendido orgulho. Usava casimiras claras, chapéu de
feltro alto, e fumava cachimbo, à noite, embalando-se rapidamente na
rede, com um livro de versos nas mãos."
A morte prematura
Lívio Barreto, autor
de um único livro - DOLENTES - publicado postumamente por Waldemiro
Cavalcanti, faleceu na sua banca de trabalho, em Camocim, fulminado
por uma congestão cerebral, pelas 3 horas da tarde do dia 29 de
setembro de 1895, com apenas 25 anos de idade, tempo insuficiente
para aprimorar sua arte poética. Mesmo assim, tornou-se o maior poeta
granjense de todos os tempos e um dos principais do Ceará.
Lívio Barreto é
patrono da cadeira nº 24 da Academia Cearense de Letras.
Poesia
Lágrimas
Lágrimas tristes,
lágrimas doridas,
Podeis rolar
desconsoladamente!
Vindes da ruína
dolorosa e ardente
Das minhas torres
de luar vestidas!
Órfãs trementes,
órfãs desvalidas,
Não tenho um seio
carinhoso e quente,
Frouxel de ninho,
cálix recendente,
Onde abrigar-vos,
pérolas sentidas.
Vindes da noite,
vindes da amargura,
Desabrochastes
sobre a dura frágua
Do coração ao sol
da desventura!
Vindes de um seio,
vindes de uma mágoa
E não achastes uma
urna pura
Para abrigar-vos,
frias gotas d’água!
Pe. Osvaldo Chaves
Pe. Osvaldo Chaves (Relançamento de Exíguas)
Padre Osvaldo Carneiro Chaves (nasceu em Granja,
21 de outubro de 1923), mais conhecido como Padre Osvaldo Chaves, é um
professor e poeta brasileiro.
Compôs, aos dezessete anos, os versos do que
seriam mais tarde hino de sua terra natal.
Biografia
Ingressou em 1940 no Seminário Menor de Sobral.
Em 1946, matriculou-se no curso de Filosofia do Seminário Maior de Fortaleza.
Ordenou-se padre em dezembro de 1951.
Exerceu funções de vigário-auxiliar em
Crateús, Acaraú e São Benedito (Ceará), passando, em 1960, a residir
definitivamente em Sobral, onde continuou seu trabalho pastoral. Em 1961,
passou a dar aulas de Português e Literatura Luso-brasileira na Faculdade de
Filosofia Dom José, onde permaneceu por 13 anos. Aposentou-se em 1981.
Seus poemas esparsos foram reunidos sob o
título de Exíguas, livro publicado em 1986 e relançado em 2007.
No dia 19 de novembro de 2010, foi lançado em
Sobral – CE o livro intitulado Encontros com a poesia de Osvaldo Chaves. A obra
é uma coletânea de artigos organizada pelas escritoras Jerzuí Mendes e Heloisa
Melo, que apresenta diferentes olhares sobre os poemas do escritor Osvaldo
Chaves, incluindo leituras psicanalíticas, filosóficas e estilísticas.
"Padre Osvaldo Chaves" é nome de
uma rua e de uma escola pública em Sobral.
Hilda
Gouveia de Oliveira

Maria Hilda Xavier Gouveia de Oliveira nasceu em Granja, no Ceará, em 20 de setembro de 1929. Filha de Guilherme Teles Gouveia e de Hilda Barreto Xavier Gouveia, é a primeira de doze irmãos.
Aprendeu a ler muito cedo, fez todo o curso primário em casa, primeiro, com a própria mãe e com a tia Lybia Barreto Xavier, com quem começou a estudar francês, aos cinco anos de idade; em seguida, ainda em casa, continuou os estudos sob a orientação da professora Maria Rebeca de Castro, que a incentivou a escrever histórias desde os nove anos de idade. A mãe, apaixonada pela literatura de Balzac, dos simbolistas franceses, e de Proust, ensinou-lhe a apreciar literatura francesa e a obra dos escritores ingleses do século XIX, especialmente os romances das irmãs Brontë, de Charles Dickens, bem como a poesia romântica, levando-a a também conhecer os poemas simbolistas de seu tio materno Lívio Barreto. Por sua vez, o seu pai Guilherme Gouveia, filho de Vice-Consul português no Ceará, e grande estudioso da língua portuguesa e das literaturas portuguesa e brasileira, acreditando em sua vocação literária, incentivou-a a observar a sintaxe, a morfologia e a expressão literária de Camões, Fernão Lopes, Alexandre Herculano, Francisco Manuel de Melo, Garrett, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Gil Vicente, Antero de Quental, Castro Alves, Machado de Assis, Euclides da Cunha, Gonçalves Dias, José de Alencar e, um pouco mais tarde, Antonio Sales, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz e José Lins do Rego, e vários outros escritores brasileiros e portugueses.
Aos onze anos, em Fortaleza, Hilda estudou no Ginásio Americano e, em seguida, no Colégio da Imaculada Conceição, bem como no Instituto Brasil-Estados Unidos. Por esse tempo, recebeu educação literária “à distância”, sob a orientação dos tios Berenice Xavier e Lívio Xavier, ambos tradutores, que, do Rio e de São Paulo, costumavam mandar para a família exemplares de livros de Faulkner, Hemingway, T.S.Eliot, Ezra Pound, e de outros autores de prestigio. Aos 17 anos, o seu tio materno Lívio Xavier, advogado, jornalista, tradutor, e crítico literário do jornal Estado de São Paulo fundamentou a sua admiração pela ficção de Virginia Woolf, enviando-lhe um exemplar de “Orlando.”
Casando-se aos 18 anos com o seu primo em primeiro grau Francisco Delmiro Xavier de Oliveira, aos vinte e cinco anos de idade, acompanhou ao o marido, mudando-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje, e onde obteve o diploma em Letras Anglo-Germânicas, na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (FNFi) (atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição em que teve a graça de ser aluna de Alceu Amoroso Lima, Aíla Oliveira Gomes, Cleonice Berardinelli, Amélia Pontes Vieira, Inês Pontes Vieira e Afrânio Coutinho, entre outros grandes mestres.
Mais tarde, durante anos, foi professora de Inglês e de Literaturas de língua inglesa na mesma Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde, a seu tempo, obteve os títulos de Mestrado em Literatura Inglesa, e de Doutorado em Teoria Literária, tendo, como orientadores, Aíla Oliveira Gomes e Eduardo Mattos Portella, respectivamente.
Após quarenta e oito anos de um casamento feliz, a hoje viúva Hilda Gouveia de Oliveira teve quatro filhas, Maria Teresa e Patrícia, falecidas em criança, e a Draa. Evangelina Xavier Gouveia de Oliveira, geógrafa, e Adriana Woodard, advogada e historiadora, e casada com o norte-americano Jeffrey Charles Woodard.
No Rio de Janeiro, Hilda Gouveia de Oliveira trabalhou como professora no Instituto Brasil - Estados Unidos, passou pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), e logo dedicou-se integralmente aos seus cursos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), inicialmente como assistente do curso de literatura americana, ministrado pelo poeta e professor americano Ashley Brown.
Durante algum tempo, acompanhando o marido, que, a trabalho, precisou deslocar-se para o Ceará, Hilda fundou e dirigiu o Colégio Estadual de Senador Pompeu, na cidade de Senador Pompeu e, posteriormente, deu aulas de literatura inglesa e americana na Universidade Federal do Ceará (UFC). Retornando ao Rio, voltou a trabalhar na Faculdade de Letras (UFRJ), dedicando-se especialmente aos cursos de Literaturas de língua inglesa. Em 1982, a convite do British Council, no Rio de Janeiro, representou o Departamento de Língua e Literatura Inglesa da Faculdade de Letras (UFRJ). no Congresso Internacional “Writer and Critic”, realizado em Cambridge, na Inglaterra, sob a orientação do escritor Malcolm Bradbury, e que contou com a presença de escritores e críticos ingleses, franceses, holandeses, italianos, portugueses, alemães, austríacos, americanos, japoneses, espanhóis, gregos, búlgaros, entre os quais encontravam-se David Lodge, Doris Lessing, Damian Grant, Christopher Bigsby, Phillip Sturgess, Miroslav Jindra, Irina Burlui, Alice Halls e vários outros, além das convidadas brasileiras, Munira Mutran, professora de literatura irlandesa na PUC, de São Paulo, e Hilda Gouveia de Oliveira, da UFRJ.
Enquanto professora universitária e, pós a aposentadoria, publicou os seguintes livros: Os sete tempos (romance de 1971, agraciado com a Primeira Menção Honrosa no Concurso Nacional WALMAP para romances; Os distraídos (romance, Instituto Nacional do Livro - Editora Cátedra, 1979); Mrs Dalloway- uma unidade estrutural (Ensaio crítico - Editora Cátedra-1979); Imagens e Criatividade no Lirismo de Virginia Woolf (ensaio crítico, 2007) - Prêmio Silvio Romero da Academia Brasileira de Letras; O longo curso do minuto (romance, Livraria José Olympio Editora, 1982); Brincadeira de quatro cantos (romance, Editora Cátedra, 1989); Miragem (contos, Livraria José Olympio Editora, 1993); Os vários rumos da travessia (romance, Livraria José Olympio Editora, 1993); Novelo de história (contos, Casa de José de Alencar-UFC,1996); O sentido recriado (crítica literária, UBE/ Editora Scortecci- São Paulo, SP, 2005); e A outra ponta do fio (romance, Editora Scortecci-São Paulo, SP, 2010)
A publicar: O sujeito multiplicado (contos).
Pedro de Sousa Magalhães
Pedro de Sousa Magalhães nasceu a 10 de setembro de 1963, no sítio Vereda dos Júlios, distrito de Sambaíba, Granja, Ceará, Filho de Antonio Carneiro Magalhães e Francisca Sousa Maglhães.
Passou a sua infância na fazenda, onde aprendeu a ler e escrever.
Em 1978, com 15 anos incompletos, mudou-se para a sede, Granja, onde cursou o 1° e 2 ° graus escolares, no Colégio Estadual São José, até 1985.
Em 1991, inicia o curso de Letras - Licenciatura Plena, na Universidade Estadual Vale do Acaraú, em Sobral.
O CANTO DO SABIÁ
“Sabiá longe na mata
E o amor da amada ausente:
Quanto de mais longe canta,
Mais canta dentro da gente.”
(Osvoldo Chaves,
Amado ausente)
Nas tardes frias, bucólicas,
Numa terna serenata,
Canta notas melancólicas,
Nas calmarias eólicas,
Sabiá longe na mata.
E essa dor que tanto canta,
E que o peito humano sente,
É tristeza que ele espanta;
É sofrer que nos encanta:
E o amor da amada ausente.
Belas árias longe entoa
No prodigiosa garganta,
Mas faz ver que o que ressoa
É gozo que mais magoa,
Quanto de mais longe canta.
Mesmo o degredado errante,
Nas palmeiras, o ouve ausente...
Pois, tendo-se um peito amante,
Quanto mais geme distante,
Mais canta dentro da gente.
Pedro Magalhães
Charles Ribeiro Guarinho
Lira Dutra
Raimundo Pompe
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Em breve mais matérias importantes...
Aguardem!
Aguardem!
6 Comentários
obras maravilhosas
Abraços. João vorreia