VIVA NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO !!

No dia 02 de julho, comemoramos do Dia de Nossa Senhora do Livramento. Em alusão a data resolvi publicar para os amigos um pouco do que sei sobre a Festa do Parazinho.
A HISTÓRIA DA FESTA DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO DO PARAZINHO.
Conta-se que nos idos de 1700, uma embarcação a vela conduzindo especiarias, partiu da Capitania de Pernambuco com destino ao Ceara. Após vários dias de penosa viagem, formou-se um terrível temporal. Era noite. No céu o relâmpago fendia o espaço e o trovão escoava de lado a lado. O vento rígido que soprava com fúria, rasgara a vela, e o mar ameaçava afundar a frágil embarcação com os seus tripulantes.Aterrorizados pela violência da tempestade, os navegantes rogaram a Nossa Senhora do Livramento, a quem por devoção costumavam recorrer, fazendo o voto que se escapassem com vida, no lugar em que encontrassem “gente mansa” que lhes pudesse socorrer, ergueria um altar em louvor a excelsa Virgem do Livramento.
A navegação foi a pique nas proximidades de Jericoacoara com toda a carga e alguns tripulantes. Porém, três náufragos (é o que se tem notícia) sobreviveram e chegaram à costa que então era habitada por índios selvagens. Temerosos, percorreram as praias enfrentando o sol escaldante, além da fome. Em busca de sobrevivência, seguiram pela mata virgem e encontraram um pequeno lago.
Alimentados e mais fortes, os sobreviventes retornaram a sua morada de origem, e após algum tempo, retornaram a colina, local do encontro com o caçador, trazendo a primeira imagem de N. S. do Livramento, medindo cerca de 50 centímetros.
Em cumprimento ao voto ergueram uma tosca e pequena casa de oração dotada de um altar para veneração à milagrosa Virgem do Livramento .
Em 1702, dois anos após o fato, a Capitania de Pernambuco doaria ao português Domingos Machado Freire, natural da Província de Minho, em Portugal, várias léguas de terra na Sesmaria de Santa Cruz do Coreaú (Granja) cuja imensa área partia da margem oriental do Rio Coreaú indo até o Riacho Tiáia, o que o tornou um dos maiores posseiro de terras da velha Macaboqueira.
A história da existência da casa de oração com a imagem de N. S. do Livramento espalhou-se e vários milagres atribuídos à Santa foram acontecendo, elevando a devoção de muitos e o local passou a ser visitado em romaria pelos moradores da região.
Era a Cura da Ribeira do Coreaú, cuja jurisdição pertencia Padre João de Matos Monteiro, que chegou ao curato em 1713.
Segundo os registros de assentamentos eclesiásticos, em 1719, o colonizador Domingos Machado Freire, por devoção a N. S. do Livramento, construiu no local a Capela primitiva e doou meia légua de terra, tendo como ponto central uma pedra existente no terraço da casa de Manuel Joaquim Salgado, um dos primeiros moradores que residia no lugar.
Domingos Machado Freire faleceu no dia 15 de março 1754, aos 80 anos de idade, sendo sepultado no interior da Capela que ele construíra. Solteiro e sem filhos, deixou um rico legado ao jovem primo Gerônimo Machado, que fixou morada à margem do riacho Pará, localizado à direita da antiga Capela.
Em pouco tempo começou surgir as primeiras casinhas e os moradores decidiram chamar do pequeno povoado de "Pará ou Parazinho ", nomenclatura provavelmente originada do nome do lago ou do riacho, que no idioma Tupi-guarani significa “água parada”.
Em 1906, o então vigário de Granja, Monsenhor Vicente Martins edificou no local da Capela a igreja-mãe, que ganhou formato de cruz, símbolo real da cristandade, onde atualmente funciona o Educandário.
O crescente número de devotos obrigou a construção de uma nova igreja, bem maior e com mais espaço para receber os devotos.
Assim, em 02 de Julho de 1941 foi lançada a Pedra Fundamental da Igreja atual.
Em 16 de Janeiro de 1944 aconteceu a missa inaugural do novo templo religioso cristão, cuja benção foi celebrada ilustre granjense Monsenhor Vitorino de Oliveira.
A cada ano a Festa de Nossa Senhora do Livramento ostenta mais fulgor. Durante todo esse período festivo, o distrito de Parazinho transforma-se num lugar vibrátil e trepidante. Uma massa incomputável de romeiros enche o lugarejo, surgindo invariavelmente dos mais longínquos e diferentes lugares e até outros Estados.
Eis ai um breve relato histórico da Festa de Nossa Senhora do Livramento do Parazinho.
Por: Raimundo Pompe
Texto retirado da página do facebook
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Só para enriquecer mais o seu texto, eis um dado que eu acho interessante
Por: Everton Oliveira
Texto retirado da página do facebook
INAUGURADA A 16 DE JANEIRO DE 1944

Em 1915 e 1916, o então vigário de Granja, Pe. Vicente Martins da Costa, ampliou a antiga capela, que só tinha um vão, acrescentando-lhe os dois alargamentos laterais, e a sacristia, com que ficou em forma de cruz.
Para esses melhoramentos foram utilizados material e trabalhadores então empregados na construção do Açude Parazinho. Mas foi o Monsenhor Vitorino de Oliveira, quem, tendo obtido a necessária autorização do bispo de Sobral, providenciou o erguimento do atual santuário.
O projeto era de Agostinho Odísio, e a inauguração veio a ocorrer em 16 de janeiro de 1944, com a benção de Dom José Tupinambá da Frota, ante vários vigários de cidades próximas.
A nave central, assenta sobre colunas cilíndricas, de bases oitavadas e grandes capitéis pintados de cores vivas, que suportam quatro arcadas, abrindo para os corredores. O arco-mor firma-se sobre pilastras quadradas, e outros dois arcos abertos diretamente nas paredes, ladeiam o altar-mor.
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PRIMITIVA CAPELA DATADA DE 1728 |
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DETALHE DO ALTAR MÓR DA ANTIGA CAPELA |
Os braços da cruz, muito curtos, com cinco faces para o exterior, contêm altares, de Santa Luzia e de São Sebastião, à frente de cujas imagens ficam, ainda, Santa Rita e São Pedro. A parede dos fundos é mais larga, com as mesmas aberturas laterais para aeração e iluminação.
Esses altares idênticos compõem-se de mesas assentadas sobre colunetas quadradas, dois degraus, acima dos quais se elevam colunas cilíndricas, em parte embutidas nas paredes, que sustentam um frontão singelamente ornamentado. No espaço delimitado por essas colunas forma-se o nicho, onde ficam os Santos, ladeado por novas pilastras menores.
Nos fins dos corredores, aos lados do altar-mor, com piso tão elevado quanto este, encontram-se outros dois altares, com São Expedito e Santa Terezinha nos nichos, e o Coração de Jesus, São Vicente e Nossa Senhora Aparecida sobre degraus.
Secção redonda, sob a mesa; as colunas superiores da frente são destacadas das paredes, enquanto as posteriores, bem menores, só aparecem pela metade das suas espessuras. Também os frontões são mais altos, de decorações mais complexas, tendo os nichos o formato de janelas góticas.
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ANTIGA CAPELA AMPLIADA |
Nota-se que estes quatro altares são inteiramente construídos de alvenaria e cimento, com reboco comum e pintura à óleo, pelo que se pode supor que não são de autoria de Agostinho Odísio. Nos dois das asas predominam as cores azul e verde, enquanto nos demais aparece, também, um róseo forte, que atrai a atenção.
O altar principal é de marmorite e muito bem acabado. Colunetas que bem imitam o mármore suportam a ara. O Sacrário, com pequeninas colunas, assenta sobre o segundo degrau, tendo porta metálica.
Sobre esta fica a tenda para exposição do Santíssimo, hoje com um pequeno crucifixo e um jarro de flores; são quatro novas colunetas e a cobertura com uma cruz no cimo. No segundo degrau, ladeando o Sacrário, vêm-se as efígies de São José e São Brás.
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DETALHE DO ALTAR MOR E DA IMAGEM DA PADROEIRA |
Há uma passagem para a sacristia atrás do altar, mas este se prolonga para o alto, na parede dos fundos, com pedestal que recebe a imagem da Padroeira. É um desenho, revestido de marmorite, que chega aos consolos sobre os quais fica a imagem, antiga, tradicional, colonial, de amplas vestes, o Menino Jesus no braço esquerdo, com vestidinho de pano branco, e um cetro empunhado pela mão direita.
O altar versum populus é de madeira, obra singela, assim como a tribuna para leitura das epístolas, que é torneada.
Atrás do altar, no centro, fica a sacristia, com depósitos minúsculos aos lados, constituindo o conjunto uma figura de dois quadrados aos flancos de um pentágono.
Na sacristia se encontra uma pequena curiosidade: um lavatório metálico portátil, suspenso em placa de madeira afixada à parede, que exibe uma plaqueta: “comprado na luneta de ouro, no Rio de Janeiro, e oferecido por Antônio Pereira de Oliveira”. Originalmente deve ter sido prateado e brilhante, mas hoje está baço e escuro.
Aos lados da entrada ficam portas com lavores de madeira, cerrando pequenos aposentos, onde ficam a Pia Batismal e a escada. Acima das arcadas, sobre os corredores, assim como sobre o teto da sacristia, que é mais baixo, abrem-se vários lanternins.
No exterior: nos fundos das capelas, no alto, ficam nichos escavados nas paredes, não ocupados, havendo acima uma pequena estrutura, com uma cruz superior. A cumeeira da nave aparece por trás, acima do telhado da sacristia, com frontão e cruzeiro.
Os arcos sob a torre são ornamentados por molduras em alto relevo, com óculo um pouco mais a cima. Na frente foi colocada uma placa de cimento, com figuras de cunho religioso. Mais alto, já no nível da cumeeira, a torre é recortada por duas altas frestas em cada lado, coroado cada par por óculo aberto, acima do qual começa o ápice, constituído por longa pirâmide, com ornatos em degraus no centro das suas faces e um cruzeiro no topo.
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DETALHE DOS FUNDOS DA IGREJA |
Com o desenvolvimento da vila de Parazinho, a nova igreja ainda está isolada, mas muitas casas lhe ficam a cavaleiro, em parte mais alta do declive, e o maior espaço disponível lhe fica aos lados, ou atrás, havendo um muro baixo na frente e atrás foi necessário construir um grande aterro para protegê-la.
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