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Pessoa Anta - História

 

Pesoa Anta - A Historia
Imagem adquirida no Granxitão - Prefeitura de Granja - 2025

O texto abaixo é uma transcrição dos cartazes expostos pela Prefeitura Municipal de Granja por ocasião do XI Granxitão do ano de 2025.

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PESSOA ANTA, UM HERÓI GRANJENSE

Nasceu na Vila da Granja a 23 de dezembro de 1787. Filho de Thomaz Antonio Pessoa de Andrade e de Francisca Maria de Jesus. Na Vila da Granja, faz os estudos primários. De família abastada, muito jovem dedica-se ao comércio e à criação de gado.

Por volta de 1814, casou-se com Raimunda Ferreira Veras, filha natural do Capitão-Mor Domingos Ferreira de Veras. Deste casamento, tiveram quatro filhos.

Em pouco tempo, tornou-se o primeiro comerciante e o homem mais influente na política de sua terra. Muito cedo, foi nomeado por D. João, sargento-mor de ordenanças, cargo para o qual propunham as respectivas câmaras.

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FIM DA CONFEDERAÇÃO.

A Confederação do Equador malogrou, e, a partir daí, Pessoa Anta sofre todas as formas de perseguição: os imperialistas da Granja, à força de bacamartes, se apossaram da Câmara e prestaram preito e juramento ao imperialismo triunfante.

A 17 de dezembro de 1824, Pedro José da Costa Barros chega de Recife com o tenente-coronel Conrado Jacó Niemeyer, presidente da Comissão Militar, que trazia uma força de 600 homens para uma excursão ao Norte da Província, no caráter de Comandante das Armas, com a finalidade de prender Pessoa Anta. 

Aportaram no Acaraú e foram estacionar em Sobral, de onde moveram dura perseguição aos comprometidos do norte da província, expedindo tropas e derramando o terror por toda parte.

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A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Em 26 de agosto de 1824, foi proclamada a República do Equador, movimento separatista que visava a independência de alguns estados do Nordeste, inclusive o Ceará.

O Cel. João de Andrade Pessoa, recebendo a notícia por intermédio do Frei Alexandre da Purificação, que residia na Granja, entusiasmado pela causa da República, tratou logo de reunir a Câmara da Vila da Granja, e aderir ao novo governo.

No Salão da Câmara, lavraram e assinaram a ata de aclamação, e daí seguiram para a porta da Igreja Matriz e proclamaram a República, seguindo em direção ao Pelourinho, no Largo da Matriz, onde o destruíram completamente.

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A CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO E A REJEIÇÃO DOS GRANJENSES

No dia 03 de maio de 1823, é instalada a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, que é fechada na noite de 11/12 de novembro. No dia 25 de março de 1824, D. Pedro outorga a primeira Carta Constitucional do Brasil.

A 12 de junho de 1824, a Câmara da Vila da Granja, rejeita o Projeto de Constituição e envia ofício a Sua Majestade Imperial D. Pedro I, informando-o.

Esses atos da Vila da Granja foram aprovados e elogiados em ofício pelo Governo do Ceará em 28 de junho de 1824.

Em 10 de julho de 1824, o Cel. Pessoa Anta faz uma proclamação aos granjenses, apontando o perigo do Brasil cair novamente no domínio português.

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ADESÃO DA GRANJA À INDEPENDÊNCIA E HONRARIAS À PESSOA ANTA

A 04 de junho de 1823, a Câmara da Vila da Granja, envia ofício a D. Pedro I felicitando-o pela Aclamação de 12 de outubro de 1822, aderindo à independência, e aclamando-o Imperador Constitucional e Perpétuo Defensor do Império do Brasil.

No dia 30 de junho de 1823, Francisco Landim e seus companheiros do governo expõem a José Bonifácio os feitos patrióticos do sargento-mor, comandante das Ordenanças da Granja, João de Andrade Pessoa, na libertação do Piauí e Maranhão.

No dia 30 de agosto de 1823, D. Pedro I nomeia João de Andrade Pessoa coronel de milícias. A 1° de setembro de 1823, condecora-o com a Ordem do Cruzeiro.

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INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E A PARTICIPAÇÃO DA GRANJA

10 de agosto de 1822, o Governo do Ceará oficia à Granja, convocando uma Assembleia Geral Constituinte para o Brasil. A 20 de setembro de 1822, a Vila da Granja, ao som de tambores, pífanos, zabumbas, e repiques de sino, aclama D. Pedro como Defensor Perpétuo do Brasil.

A 22 de setembro, realizou-se a eleição dos Constituintes. A 23 de setembro, Granja oficia a D. Pedro cientificando-lhe da eleição dos constituintes. A 04 de dezembro de 1822, o Piauí solicita apoio à Granja; João de Andrade Pessoa, parte para o Porto da Amarração e, em confrontos com as forças de Fidié, conseguiu impedir a invasão do Piauí e Ceará.

Pessoa Anta - A Cavalo

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PERSEGUIÇÃO.

No dia 22 de janeiro de 1825, cerca de 200 indígenas aldeados de Vila Viçosa, e sob o comando de Gonçalo Luiz de Carvalho, inimigo de Pessoa Anta, tomam de surpresa a Vila da Granja, para prender o Cel. Pessoa Anta e seu irmão Joaquim de Andrade Pessoa. 

Os indígenas cometeram toda sorte de violências, saqueando e açoitando homens e mulheres, até de famílias importantes. 19 pessoas sofreram esse vilipêndio. Após isto, os indígenas tomaram quartel na Casa da Câmara. 

Valeu muito à população, a intervenção de Dona Joana da Mota, que tratou de ganhar o Sargento-Mor dos indígenas com fazendas e quinquilharias.

Na manhã seguinte, o povo se insurge e os expulsa da vila.

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Em ofício datado de 14 de janeiro de 1825 ao ministro Estevão Ribeiro de Rezende, Pedro José da Costa Barros acusa Pessoa Anta nos seguintes termos:

Ontem, pelas 11 horas da manhã, empossei na Presidência deste Governo o Coronel Miliciano José Félix de Azevedo e Sá, segundo as ordens de Sua Majestade, e hoje, pelas 9 horas do dia, fui informado de que alguns indivíduos desta província ainda nutrem o veneno do republicanismo tão perigoso e que continuam a enganar os povos com semelhantes máximas, pelo que dirigi-me ao Presidente.

Comuniquei-lhe o que havia a este respeito para ele providenciar prontamente, aconselhando-o a que mandasse logo prender os faciosos, o que presumo fará imediatamente, dando parte à Sua Majestade Imperial. 

Entre eles é o pior de todos um homem a quem Sua Majestade Imperial honrou com a condecoração de Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro, assim tem desgraçadamente Sua Majestade Imperial premiado, mal informado, um sem número de ingratos dignos de eterna punição. 

Este malvado é um tenente-coronel miliciano por nome João de Andrade Pessoa Anta, inimigo declarado de Sua Majestade e dos bons brasileiros.

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A PERSEGUIÇÃO CONTINUA.

De punhos algemados, foi o prisioneiro transferido de Granja para Sobral e entregue ao Tenente-Coronel Conrado Niemeyer, residente da Comissão Militar, seu maior perseguidor, que o mandou com instruções secretas e especialíssimas conduzir para Fortaleza a fim de ser submetido a julgamento sumário.

A 21 de abril foi dada ordem pelo comando das armas, marcando-se o dia 22 para começo dos trabalhos da Comissão Militar, que devia julgar os implicados na Revolução do Equador.

A 26 de abril, o Presidente da Província designou o Frei Luiz do Espírito Santo Ferreira e os Padres Antonio de Castro Silva e Antonio Joaquim do Nascimento Belleza para assistirem no Oratório os réus condenados pela Comissão Militar.

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PRISÃO.

Pessoa Anta foi entregue por seus escravos, José e Francisco, que, de volta do esconderijo onde se achava o revolucionário republicano, encontraram-se com Francisco Borges e, facilmente convencidos por quatro patacas que este lhes ofereceu, descobriram-lhe o lugar em que se ocultava o valente patriota. 

A força conduzida por Francisco Borges ocultou-se a pequena distância do local indicado pelos escravos, e o infeliz Pessoa Anta ainda não tinha acabado de servir-se do almoço e já a tropa o havia aprisionado. Pessoa Anta estava escondido numa pequena gruta existente em um riacho que ficava entre a Lagoa Rasa e a Fazenda Fuso, que passou a ser conhecido como "Riacho da Traição".

Era o dia 26 de março de 1825.

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JULGAMENTO.

De punhos algemados, foi o prisioneiro de Granja para Sobral e entregue ao Tenente-Coronel Conrado Niemeyer, seu maior perseguidor, que o mandara, com instruções secretas e especialíssimas, conduzir escoltado para Fortaleza para ser entregue às autoridades e submetido a julgamento sumário.

A 21 de abril, foi marcado o dia 22 para o julgamento dos implicados na revolução do Equador.

A 26 de abril, o presidente da província designou os padres Frei Luiz do Espírito Santo Ferreira, Antonio de Castro Silva e Antonio Joaquim do Nascimento Belleza para assistirem no Oratório os réus condenados pela Comissão Militar.

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DESPEDIDA 

Oratório, 28 de abril de 1825.

Manos, patrícios e amigos, envio a todos, perpétuas saudades muito especialmente aos meus filhos masculinos e femininos. 

Hoje pelas três horas da tarde foi-me intimada minha Sentença de morte! Praza a Deus que fosse por ele Deus destinada, como meu verdadeiro autor. 

Peço a todos que não se magoem por minha morte, por não ser ela motivada por crime que mereça execração pública, e sim por opinião que segui; e se tiverem notícia que no cadafalso mostrei alguma fraqueza, não deve ser reparada, porque o homem não pode resistir aos afetos da natureza. 

Peço a todos incessantemente que roguem a Deus por minha alma, nas suas orações diárias, porque talvez meus rogos não sejam capazes de obter. 

O Supremo Ditador vos dê melhor sorte, que eu saudoso vos deixo. Não sou mais extenso porque já me vai faltando o tempo para os negócios da alma. Sou o mais amante dos patrícios, e a minha nação amarei ainda na sepultura.

Adeus, meus caros filhinhos, até o dia tremendo. 

João de Andrade Pessoa Anta

Pessoa Anta - Morto
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Fonte: Prefeitura Municipal de Granja.











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